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“Na estrada”: amizade, baseados e excelente música

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“Na estrada”, adaptação de Walter Salles para o livrão de Jack Kerouac, é capaz de agradar muita gente. Vai ter por exemplo neguinho comemorando a realização de uma produção “de gringo”. E isso certamente dará a um certo time de brasileiros aquele “orgulho” de ser da mesma terra do diretor da fita. O filho do banqueiro, com estas duas horas e tanto de bom cinema, reforçará sua caminhada ayrton-sênnica, isto é, estará perto de garantir um lugar na galeria de heróis nacionais.

É um grande filme, sim; sejam quais forem as conclusões surgidas das inevitáveis comparações com a prosa do mestre da geração beat. Num rápido/inevitável confronto entre as obras, dá para dizer que o livro parece ter muito a ver com a estrada e o filme, com a amizade. Isso: “Na estrada” é sobre amigos e brodagem. Um longa engraçado, comovente, com trilha musical sensacional, lindos carros, linda fotografia – e com tanta maconha que pode incomodar os mais caretas.

Quem gosta de homens bonitos não terá do que reclamar. Os protagonistas são pintosos. Quem prefere moças poderá entreter-se com Kristen Stewart. Aquela mesma, de “A saga crepúsculo”. Alice Braga aparece rápido demais, não marca muitos pontos na grande tela. E quem gosta de Steve Buscemi terá preciosos instantes de satisfação, com o surgimento dele numa rápida sequência. Assusta ver o eterno cão de aluguel com tantas rugas, mas isso é o de menos. Não faria mal reduzir a duração em digamos uns 20 minutos, para deixar mais fácil a digestão da história.

Ok, o negócio tem muito a ver com amigos e brodagem, mas a estrada está lá. E ela é sedutora, contribuindo para tornar ainda mais importantes as relações. O roteiro escrito por Jose Rivera é um ponto bastante forte. Bem amarradinho à beça. O cara soube eleger bons detalhes para trabalhar. Como o momento em que Dean Moriarty aparece trabalhando como manobrista. Talvez tenha pecado um pouco na questão do pai deste mesmo personagem, que fica um pouco piegas (mas pelo conjunto da obra está perdoado).

Se faltou uma critica mais contundente à sociedade ianque da época? Não. As zoadas sobre redução no custo de vida e os baseados bastam.

P.S.: É o tipo de filme que este escriba veria cedo ou tarde, mas, já que se trata de uma celebração à amizade, fica aqui um abraço pro amigo Tiago Velasco. Com seu texto, ele acabou apressando minha ida ao cinema. Valeu, cara.


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